Comecei a conhecer a música do Milton em 1976, nos meus longínquos 6 anos de idade, numa coleção de MPB lançada pela Editora Abril que minha irmã, Nadja, comprou os três primeiros fascículos - Chico Buarque, Milton e João Bosco. Parou por aí por ser tempo de vacas magras na economia da família. O disco tinha um tamanho diferente. Não era nem um compacto nem um Long Play.
Eram 8 músicas de cada artista, quatro de cada lado. Do Chico, me impressionou muito Construção. Cantava de cor. Também ficaram na minha cabeça Pedro Pedreiro e Roda Viva. Do João Bosco, Caça à Raposa, Dois Pra lá Dois Pra Cá,(que coisa linda a Elis cantando essas duas), Tá Lá o Corpo Estendido No Chão e Kid Cavaquinho. E do Milton tinha Canto Latino, San Vicente, Saudades dos Aviões da Panair (Conversando no Bar) (que coisa linda a Elis cantando essa música!), Travessia, Fé Cega Faca Amolada (também cantava de cor) e a que mais me marcou, depois de muito tempo, Pai Grande.
Em 1978, a Nadja comprou o Clube da Esquina 2. Gostava muito da Credo, Leo, Casamiento de Negros e mais ainda da Que Bom, Amigo, que mais tarde foi tema de um trabalho meu e da Bebel.
Mas foi quando comprei com o meu irmão Mario o Clube da Esquina, que entrei de verdade na sintonia do Milton e Cia. na música Ao Que Vai Nascer. É a última do disco. Para mim ela é mais que especial. Depois dela, tudo mudou. Mudou minha vida mesmo. A forma de entender sentimentos, outras músicas, as pessoas. A forma de ver o mundo. Adoro o Chico, o João Bosco. Mas, dos três, o Milton é o que ficou para sempre, o que comprei e compro todos os discos até hoje.
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