domingo, 1 de fevereiro de 2009

Desafios de uma empresa Parte 2 - Persistente ou cabeçudo?

A origem da Iso4 é em 1985. Naquela época criei o nome do que deveria ser grife de material esportivo. Sempre gostei muito de design e de tipologia. Criava tipos de letras e, principalmente, desenhos de uniforme do meu time de vôlei, o Clube Bom Pastor. O grande desafio era executá-los. Não tinha tecnologia na época para fazê-los. Hoje seria fácil.

Dez anos depois, em 2 de Maio de 1995, a Iso 4 Fábrica de Ideias Ltda. surge oficialmente. Os trabalhos começaram em 1994 quando comprei minha primeira estação gráfica de trabalho - toda da Apple. Um Quadra 605 - com "incríveis" 80Mb de HD - uma impressora LeserWriter Select 360 - permuta em trabalho com Luiz Fernando - e um OneScanner - "patrocínio" da Bebel. O mais interessante é que não fazia a menor ideia do que era HD, memória RAM, como abrir uma pasta, digitalizar imagem, absolutamente nada sobre programas - sabia de PageMaker e - argh! - CorelDraw. Ambos não rodavam na plataforma Mac. Fui fazer cursos em São Paulo. De Photoshop, QuarkXPress e FreeHand.

Isso é um pedacinho do início de uma história que completa esse ano 14 anos. É bastante tempo principalmente nesse nosso segmento de mercado. Trabalhamos sob pressão todos os dias. É estressante mesmo. É a natureza do negócio. Mas sou absolutamente apaixonado pelo que faço. Isso é bom por um lado. E ruim por outro. Tem que tomar cuidado para não haver confusão. Prestamos serviços. Não prestamos favores.

Há tempos, quando começaram a surgir as faculdades de publicidade em Juiz de Fora, alertei para a capacidade de absorção pelas atuais agências dessa mão de obra que se formaria. Não deu outra. Estão surgindo ainda mais agências. O que é absolutamente válido e compreensível. Comecei um dia. O que vai fazer permanecer no mercado é a competência de cada agência.

O número de agências é desproporcional ao tamanho do mercado. Concorrência com ética é extremamente saudável em qualquer mercado. A escolha é do cliente. Muitas vezes não estão preparados para trabalhar com uma agência. Muitas vezes também não mostramos o quanto somos essenciais para a divulgação e o posicionamento de sua marca/produto. O grande desafio mesmo do cliente é a escolha da agência certa. Um erro pode comprometer e atrasar pelo menos uns dois anos do planejamento de um produto/marca - quando não afundá-lo. O cliente tem que pesquisar por experiência, competência e afinidade com quem vai entregar sua conta.

Frente a todos esses desafios, algumas vezes me pego fazendo a necessária pergunta - está valendo a pena? Na busca pela resposta, me questionei se estava sendo cabeçudo ou persistente.

Cabeçudo é aquele que dá murro em ponta de faca. Já dei alguns murros sim. Não muitos. Mas quem não deu? Cabeçudo é aquele que malha ferro frio. É aquele que não busca outras alternativas e soluções. Cabeçudo é aquele que insiste. E não persiste.

O persistente não se dá por vencido frente a qualquer obstáculo. Busca caminhos para derrubá-lo. Se preciso, arruma um maçarico para não malhar o ferro frio ou uma luva especial para dar murro na ponta de faca. Busca alternativas. Soluções. Se ainda é possível vencer, nunca se dá por vencido. Sempre vai encontrar novas perguntas para velhas questões. E velhas respostas para novas questões - o bom clássico sempre é bem-vindo. Vai tentar simplificar. Fazer sempre o melhor possível. Para todos.

Dentro disso que acredito, num momento importante de decidir, cheguei à conclusão de que estou sendo mesmo persistente. Meu projeto de empresa não chegou nem na metade. Quando chegar aos 80% da capacidade e não estiver gerando os frutos esperados, poderei estar realmente errado. E a Iso4 tem muito, muito para avançar, crescer. E nunca se cresce sozinho. Equipe é tudo. E mostrar para a equipe o caminho e fazer com que todos vejam o mesmo ponto aonde a empresa quer e pode chegar é o maior desafio de qualquer empreendedor. O coombustível para o sucesso.

Mesmo diante de verbas escassas, mercado concorrido, margens mais apertadas e constante desvalorização do nosso trabalho - fundamental para qualquer empresa que queira ser empresa de verdade -, somos, como um todo, os grandes responsáveis por isso - vou persistir, evoluir e conquistar. E, o mais importante de tudo, sendo feliz e fazendo todas as pessoas envolvidas no processo ficarem ainda mais felizes com o que realizamos.

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